Refletindo sobre as "gordices" do bem

Amigos, como sabem procuro redigir textos, especialmente direcionados ao público leigo. Sendo assim, o meu objetivo hoje é chamar atenção para um fato que me gera um misto de alívio com preocupação...

Com acesso fácil à informação, pessoas estão cada mais cientes da importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis para promoção da saúde, controle de peso e melhora do desempenho físico. Desta forma, buscam na internet receitas com ingredientes funcionais (aqueles que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos como parte da dieta usual, produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou benéficos à saúde), por exemplo.

Isso me parece muito positivo, visto que muitas preparações alternativas têm sido criadas com ingredientes bem menos nocivos à saúde. Muitos são orgânicos e/ou ricos em nutrientes anti oxidantes e/ou mais ricos em fibras e/ou isentos de açúcares refinados e/ou glúten (para os intolerantes),... Entretanto, costumo receber no consultório pessoas que relatam dificuldade para aderir a algumas sugestões, em função de uma menor praticidade e/ou custo... Isso sabemos que é um fato, mas procuro conversar sobre a importância de dedicar mais tempo ao preparo do próprio alimento e tento também informar sobre a economia que poderá ser gerada quando começamos a carregar a própria “marmita”...

Mas o foco de hoje está no valor energético de algumas preparações.

Utilizando o brownie como exemplo, busquei na internet três tipos de receita. Vejam na figura anexa que o brownie convencional é bem mais calórico do que as outras versões (funcional e protéico), de modo que, ao trocar a receita, a pessoa estaria restringindo energia e, desta forma, emagrecendo... Mas será?

Vou tentar explicar: na minha prática profissional prefiro sugerir que estas “gordices do bem” sejam ingeridas raramente. Esta informação parece clara para aqueles que pensariam na versão convencional, mas não para os adeptos às versões funcionais, por exemplo.

Não raro atendo pessoas que aboliram as frutas, iogurtes, cereais,.... ou seja, alimentos do dia-a-dia para introduzir um ”bolinho fit”, “pão da maromba”, “muscle cup chake”,... O que vocês acham disso? Gosto muito quando algumas preparações entram em substituições aos salgados, biscoitos recheados,... mas se a pessoa já apresentava hábitos alimentares saudáveis, não necessariamente está fazendo uma boa troca. Poderá, por exemplo, tornar seus lanches mais gordurosos (mesmos sendo “gordura do bem” também pode engordar), exagerar no total de proteína consumido no dia,...

Conclusão, mais uma vez tento destacar que não devemos copiar modelos, mesmo os considerados saudáveis, sem a supervisão e aprovação individual de um profissional qualificado, ok?

Mas se você não deseja sair da linha, que tal testar receitas mais saudáveis e utiliza-las apenas em momentos especiais?

Um abraço, até a próxima e uma Feliz Páscoa (sem exageros, é claro!)